quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

“Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana.” - C. G. Jung

Jung e a Psicologia Analítica 
Carl Gustav Jung foi um médico psiquiatra que dedicou sua vida ao estudo do inconsciente. A Psicoterapia Junguiana, baseada nos estudos de Jung, tem um foco de trabalho orientado para o autoconhecimento, fortalecendo a auto-estima, além de propiciar o resgate do bem-estar físico e mental, favorecendo inclusive os relacionamentos sociais em geral.
O terapeuta junguiano busca relacionar os aspectos inconscientes da personalidade, aos aspectos já conscientes, utilizando-se de métodos como análise de sonhos, expressões artísticas, imaginação ativa, entre outros, revelando-se assim os sentidos e significados das imagens que surgem ao analisando, a fim de que cada vez mais conscientes de si mesmos, os indivíduos se sintam em sua totalidade.
Esta terapia também nos abre para o potencial de nossa criatividade e capacidade de lidar com os problemas de maneira mais tranquila e segura.
Os conflitos que vivemos são uma possibilidade de olharmos para nossas vidas e reconhecermos nossa luz e sombra; de encontrarmos um meio de conviver melhor com nossas qualidades e defeitos.
A psicoterapia analítica parte do princípio de que existe um sentido para tudo o que ocorre na vida de todos nós – e esse sentido é a realização de um propósito maior em nossas vidas.
Na medida em que se dá a terapia, vamos nos encontrando com algo em nós que Jung chama de Self. Esse encontro com essa parte essencial em nós vem trazer a sensação de uma realização pessoal, mas mais do que isso, vem trazer o sentimento de unidade com a vida.

Motivos para se fazer Psicoterapia Junguiana
O que traz as pessoas ao consultório são problemas diversos que nos trazem alguma forma de sofrimento emocional.
Crises nos relacionamentos, crises no trabalho, ansiedade, depressão, doenças de fundo emocional, transtornos de pânico, transtornos alimentares, obesidade, bullying, entre muitas outras coisas. É através desses sintomas que uma pessoa costuma sentir a necessidade de buscar ajuda.
Dessa forma, inicia-se o tratamento analítico.
Diferente da psicanálise, na terapia de abordagem junguiana analista e paciente sentam frente a frente. Jung aboliu o divã porque achava necessário um confronto direto e pessoal. Jung aconselhou o analista a estudar o máximo e aprender tudo que puder, mas quando estiver a frente de um paciente, que esquecesse tudo e se abrisse para a realidade singular que se apresenta a cada sessão de terapia. Da mesma forma que essa postura humaniza a terapia, pois muitas pessoas se queixam da frieza da psicanálise, também traz o desafio do envolvimento, pois Jung acreditava que o envolvimento emocional é uma parte essencial da alquimia da terapia, mas o Analista deve estar sempre atento para conseguir trabalhar com ele, e não ser dominado pelos sentimentos que são evocados na relação terapêutica.

Os Sonhos
Para a Psicologia Analítica, uma das ferramentas que utilizamos na terapia são os sonhos. Os sonhos contêm imagens e associações de pensamentos que não criamos através da intenção consciente. Eles aparecem de modo espontâneo, sem nossa intervenção e revelam uma atividade psíquica alheia à nossa vontade arbitrária. O sonho é portanto um produto natural e altamente objetivo da psique, do qual podemos esperar indicações ou pelo menos pistas de certas tendências básicas do processo psíquico.
Normalmente o sonho retrata a situação interna do sonhador, cuja verdade e realidade o consciente reluta em aceitar ou não aceita de todo.
Na psicoterapia, ao compreendermos o significado de um sonho, damos passos importantes em nosso desenvolvimento interior e nos abrimos a novas possibilidades que antes estavam ocultas devido à postura de nossa consciência ou devido às nossas atitudes que nos desviavam do nosso verdadeiro caminho.
Muitas pessoas, ao iniciarem a terapia, dizem não ter sonhos. Primeiro é preciso esclarecer que todas as pessoas tem sonhos, mas muitas vezes não nos lembramos ao acordar. Segundo, que no curso da psicoterapia, a grande maioria das pessoas passam a lembrar de seus sonhos. Isso geralmente acontece entre 2 a 4 semanas de terapia.
Um psicoterapeuta treinado jamais parte para uma interpretação de sonhos sem antes vasculhar as diversas associações pessoais a pessoa faz com o próprio sonho, bem como ampliar o sonho através de associação com conteúdos históricos ou mitológicos.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Terapia para Problemas de Relacionamento



A maioria das pessoas sentem que não é uma tarefa simples se sentir feliz com um companheiro a longo prazo. Relacionamentos geralmente começam com um sentimento alegre e leve, onde outro é um bálsamo em nossa vida e nos traz muitos sentimentos positivos. Com o passar do tempo, passamos a ver no outro algumas características que não pareciam estar lá. Qualidades que pareciam tão pequenas se agigantam e quase cobrem a forma como percebemos aquele que nos acompanha.
O que isso significa?...

Para ler este texto na íntegra, vá para a página do artigo no link abaixo:
http://danielprnunes.com.br/artigo/21#sthash.IP2cfrGH.dpbs

segunda-feira, 21 de julho de 2014

A Depressão em Psicologia Junguiana


Daniel Nunes é psicoterapeuta e realiza atendimentos individuais no Azahar Spa
Informações no site: www.danielprnunes.com
Quando alguém se encontra em um quadro depressivo, seja ele passageiro ou mais duradouro, este geralmente se vê sem forças para enfrentar as situações cotidianas. Por mais óbvia que seja a necessidade de se tomar um banho, não há qualquer motivação. Mesmo que se saiba que faltas consecutivas no trabalho podem provocar a perda do emprego, não há a mínima disposição para ir trabalhar. E assim muitas outras necessidades primárias são deixadas de lado por um vazio interior, qual um buraco negro que nos suga toda energia. Quem nunca experimentou um estado depressivo não pode julgar alguém que não tem forças para levantar da cama.

E aqui quero apresentar um primeiro conceito da psicoterapia junguiana. Jung diz que a energia psíquica é uma só; o que muda é sua configuração. Nossa energia vital varia de acordo com nosso sono, alimentação, etc; já a energia psíquica não sofre variação de quantidade, mas de qualidade. Essa compreensão é muito importante, pois significa que a energia está com a pessoa, mas na depressão ela não está disponível. 

Mas como assim?!? Se ela não está disponível, onde ela está?!?

Vou dar um exemplo antes de explicar.
Uma pessoa costuma dormir todos os dias às 10 horas. O sono a essa hora é grande e ela já não tem a mesma disposição de quando acordou. O telefone toca e ela recebe uma notícia de que passou no vestibular, mas que irá precisar ir naquele momento a outra cidade para realizar a matrícula no dia seguinte pela manhã. Como esta pessoa sonhava muito com essa vaga, neste momento a sua “configuração” muda e ela assume uma postura de muita alegria e disposição para viajar. Talvez nem consiga dormir a noite devido à excitação da conquista.

Bom.. o que nos mostra esse simples exemplo? Ele mostra que a alegria da notícia mobilizou uma energia da qual a pessoa não estava consciente. Essa energia estava lá, mas não presente na consciência, caso contrário a pessoas não sentiria sono.

A psicologia junguiana considera que temos uma parte consciente e uma parte inconsciente. Assim, na consciência nós nunca teremos toda nossa energia psíquica, caso contrário não haveria inconsciente. A depressão é um estado no qual grande parte da energia que deveria estar na consciência fica presa no inconsciente. Há muitos motivos que podem provocar este aprisionamento de energia. Uma grande perda, frustrações constantes, um ideal não realizado, entre outras. Quando se trata de algo crônico, geralmente falamos de uma condição fisiológica mais delicada de se transformar. Mas em qualquer dos casos, é fundamental que a terapia permita que a pessoa reconheça o sentimento que está drenando suas forças para o incosnciente. O psicoterapeuta não pode fazer isso pela pessoa. Mas ele pode usar a terapia para ser um espelho em sua frente e encorajá-la a olhar em seus olhos. Há que se ter coragem para ver nos próprios olhos o medo da vida... mas mais do que isso.. por trás do medo, a profunda vontade de viver encoberta por uma compreensão deformada da realidade. Encoberta por um sentimento do qual dificilmente a pessoa quer se desfazer, pois isso implica muitas responsabilidades perante a própria vida, e ela sente justamente que não quer viver.
Vencer uma depressão é um grande grito de amor por si.

sábado, 10 de maio de 2014

Terapia para problemas de Relacionamento



Daniel Nunes é psicoterapeuta e realiza atendimentos individuais no Azahar Spa

Informações no site: www.danielprnunes.com

Esse é um dos temas terapêuticos que mais faz as pessoas buscarem terapia. Relacionamentos entre marido e mulher, pais e filhos, entre outros. Se olharmos superficialmente, pensaremos que é um grande paradoxo o fato de termos mais dificuldades com quem mais amamos. Entretanto, do ponto de vista da psicologia, isso não é de maneira alguma um paradoxo. O contato diário entre pessoas permite que aquelas partes obscuras que existem em TODOS os seres humanos venham a tona. Mas o maior problema não é esse. A terapia tem a difícil tarefa de trazer a consciência de nossa responsabilidade perante o problema. Nós tendemos a pensar que o outro é o grande problema e se perguntarmos ao outro, ele provavelmente dirá a mesma coisa. Mas é libertador quando somos capazes de assumir a nossa parte e poder testemunhar o renascimento do amor dentro de nosso coração. E eu entendo que é esse o maior objetivo de um relacionamento – que possamos nos tornar pessoas ainda melhores.

Mas qual é a contribuição que a psicologia junguiana tem a dar neste caso? Qual é o seu diferencial?

Jung, o fundador desta linha de psicoterapia, tem uma visão de que tudo o que percebemos é “distorcido” pela nossa realidade interior. Isso é bem fácil de perceber quando vemos que uma mesma frase, um mesmo evento, produz reações tão diferentes nas pessoas. Quando o assunto é relacionamento, as pessoas com quem nos ligamos despertam em nós sentimentos de todo tipo. Há pessoas que nos despertam sentimentos em relação ao pai, à mãe, ou mesmo a pessoas e situações que foram boas ou ruins em nossas vidas. Isso é simplesmente inevitável. Quem não quiser lidar com isso deve se trancar em um quarto e de lá nunca mais sair.

Mas qual seria a função disso? Qual o motivo de funcionarmos dessa maneira e muitas vezes isso nos trazer tanto desconforto?

De alguma maneira, quando não resolvemos esses sentimentos que ficaram presos em nossa história, nossa vida não se desenrola de uma forma saudável. Dessa forma o outro se torna uma ponte para que possamos limpar nosso coração em relação a essas pessoas e situações importantes. O problema é que tendemos a ver este outro como um grande incômodo e edificamos barreiras feitas de mágoa, raiva, orgulho, e outros tantos sentimentos que turvam nossa visão de tudo ao nosso redor. Entretanto, ao limparmos nosso coração, somos capazes de escolher com mais clareza o que queremos para nós. Escolhas pautadas no amor são muito mais soberanas e nos permitem cultivar o sentimento de paz que tanto falta às pessoas dos dias de hoje.